27 de junho de 2020

A6 diariodolitoral.com.br SÁBADO, 27 DE JUNHO DE 2020 A Os pedidos de divórcio quintuplicaram no estado de São Paulo durante a qua- rentena, segundo dados da plataforma online Divórcio Consensual, site que une ad- vogados a pessoas que que- rem agilizar os pedidos de separação. Para a advogada Debora Ghelman, especialis- ta em Direito Humanizado nas áreas de Família e Suces- são, o aumento no número de divórcios durante a pan- demia já era esperado, visto que o mesmo fenômeno foi observado em países afeta- dos pelo novo coronavírus antes do Brasil. Na China, primeiro país a identi icar casos de Covid-19 e a implementar o isolamen- to social, os pedidos de sepa- ração registraram números Divórcios têmalta no Estado durante a quarentena TERMOMAIS BUSCADO. No Brasil, houve um salto de 9.900% na busca pelo termo “divórcio online gratuito” no Google A advogada Debora Ghelman, especialista emDireito Humanizado Oaumento no número de divórcios durante a pandemia já era esperado, visto que omesmo ocorreu emoutros países DIVULGAÇÃO HAYDMITRIY recordes. Por aqui, entre os dias 13 e 29 de abril, houve um salto de 9.900% na bus- ca pelo termo “divórcio on- line gratuito”, revela o Goo- gle Brasil. No levantamento, que abrange todo o País, a pergunta “como dar entrada em um divórcio” registrou aumento de 82%. “O isolamento forçado decorrente da pandemia ge- rou o aumento do convívio entre os casais. Obviamen- te, quanto maior o conví- vio entre as pessoas, maio- res são as chances de haver mais con litos. Além disso, as pessoas estão mais aba- ladas emocionalmente por conta de toda a crise inan- ceira e social causada pela pandemia”, argumenta a advogada. MULHERESPEDEMMAIS DIVÓRCIOS Ainda de acordo com De- bora, no Brasil, as mulheres respondempelamaior parte dos pedidos de divórcio, em torno de 70%, característi- ca que também é observa- da na plataforma Divórcio Consensual. “Grande parte das pessoas que buscam os pedidos de separação na Di- vórcio Consensual são mu- lheres, na faixa etária de 35 a 50 anos”, diz Amaro Mon- teiro, fundador do site. Violência e sobrecarga de trabalho estão entre os mo- tivos que levam as mulhe- res a quererem a separação. “Elas icam sobrecarregadas com a tripla jornada de tra- balho (trabalhar fora, cui- dar dos ilhos e de seus la- res). Infelizmente, durante a pandemia, outro motivo é o aumento de 50% dos ca- sos de violência doméstica ( ísica e psicológica) em re- lação às mulheres brasilei- ras, o que acaba gerando a separação de muitos casais”, explica Debora. RELACIONAMENTO SAUDÁVEL Mesmo que muitos casais estejam in lando as estatís- ticas de separação durante a pandemia, na opinião da te- rapeuta Bia Sant’Anna, pro- fessora de cursos de pós-gra- duação no Centro de Terapia Cognitiva Veda, o divórcio não precisa ser a única res- posta para o maior tempo de convívio. Para ela, focar no presente e continuar ali- mentando o relacionamen- to são saídas mais harmo- niosas para os casais em tempos de pandemia. “O relacionamento pre- cisa ser nutrido romanti- camente, afetivamente, se- xualmente, mas de uma forma adaptada. Os janta- res, cinemas, saídas com os amigos precisaramser refor- mulados, mas devem con- tinuar existindo. É hora de usar a criatividade e, acima de tudo, priorizar o diálogo”, inaliza. CASALDEMARÍLIA. Na contramão do que tem acontecido com boa parte dos casais durante a qua- rentena, um casal de Ma- rília, cidade do interior paulista, entrou com uma liminar na Justiça para conseguir realizar a tão sonhada cerimônia de casamento. Evelen Sylviane Camargo e Abdyel Tavares Brilhante já haviam cancelado a cerimô- nia uma vez. Inicialmente, o casamento estava marca- do para março, mas, devido à pandemia, foi adiado para junho, data na qual os noi- vos acreditavamque a situa- ção já estaria normalizada. Para que a cerimônia não fosse adiada mais uma vez, eles resolveram recorrer à Justiça para garantir que a cerimônia não fosse inter- rompida pelas autoridades. Assim, no último dia 20, eles se casaram, seguindo todos os protocolos de seguran- ça, como a diminuição do número de convidados, de 200 para 50, uso de másca- ras e distanciamento social. (Gladys Magalhães) Pedidos de divórcio quintuplicaram no Estado; as mulheres respondem pela maior parte dos pedidos de separação, em torno de 70% A O Instituto Brasileiro de Geogra ia e Estatística (IBGE) divulgou na quinta-feira (25), apesquisaRegiõesde In luên- cia das Cidades (Regic), que indica que Campinas, no inte- rior paulista, passoua ser con- siderada uma metrópole. O estadode SãoPaulo se tornou oúnico a possuir duasmetró- poles. Além de Campinas, os dadosmostramque Florianó- polis (SC) e Vitória (ES) tam- bém passam a ser considera- das metrópoles. O gerente de Redes e Flu- xos Geográ icos do IBGE, Bru- no Hidalgo, destacou que as cidades se tornaram metró- poles por possuírem um nú- mero grande de empresas e instituições públicas. Campi- nas, por exemplo, é um polo tecnológico e possui uma das principais universidades pú- blicas, a Universidade Esta- Campinas é promovida a metrópole pelo IBGE VistaáreadeCampinas,municípiodo interior; cidade éumpolo tecnológicoeabrigaumadas universidadesmais importantes doPaís CARLOS BASSAN/PMC Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. O número de capitais re- gionais também aumentou, 32 novas cidades se juntaram a essa categoria, somando 97 cidades. O estado de São Pau- lo registrou o maior cresci- mento, passando de 12 para 20 capitais regionais. DESLOCAMENTO. A pesquisa do IBGE também mostrou resultados sobre a distância a ser percorrida pe- losmunícipes. Os dadosmos- tram que para cursar o en- sino superior, os moradores se deslocam 92 quilômetros, enquanto amédia de desloca- mento para atividades cultu- rais é de 66 km. Segundo o levantamento, a procura por cursos de nível superior é maior em cidades médias. “É um tema que de- pende do estado e da região, mas em geral, tem uma pre- sença de centros intermediá- rios importantes em relação a outros temas da pesquisa”, disse Hidalgo. (GSP) dual de Campinas (Unicamp). Florianópolis abriga agroindústria, produção na- val e empresas de tecnologia, segundo o gerente. Enquanto Espírito Santo possui o Porto de Tubarão, um porto rela- cionado coma exportação de minério de ferro. O grupo das metrópoles é composto por Brasília, Belo Horizonte, Belém, Curitiba, A ABaixadaSantista foiman- tida na Fase Laranja no plano estadual de retomada econô- mica emmeio à pandemia do novo coronavírus. Nesta fase, setores como salões de beleza e barbearias icam impedidos de reabrir, e bares, restauran- tes e similares, não podem ter consumo nos locais. Havia a expectativa de que a Baixada fosse para a Fase Amarela, o que autorizaria a reabertura, masdevidoaosdadoscompila- dospelogovernoestadual não houve amudança. Na tarde desta sexta-feira (26), o governador João Doria (PSDB) anunciou a extensão da quarentena estadual até o dia 14 de julho e que o avan- ço acelerado da pandemia no interior deixa nove regiões na fase vermelha de restrição to- tal de atividades não essen- ciais. A regiãodoValedoRibei- ra éumadas que seguena fase Baixada é mantida na fase laranja vermelha. Na tabela divulgada pelo governo estadual, a região da BaixadaSantistaestácom58,6 da ocupação de leitos de UTI e com 25,1 leitos de Covid-19 para cada 100 mil habitantes, indicadoresquenãopermitem avanço para a Fase Amarela. Já amelhora de índices em partedaGrandeSãoPauloper- mite que a capital e as sub-re- giões do ABC e de Taboão da Serra avancem à Fase Amare- la, que permite atendimento presencial restrito em bares, restaurantesesalõesdebeleza. Nas demais três sub-re- giões da Grande SP e outras sete áreas do interior e lito- ral, permanece a Fase Laran- ja. Esta fase permite a reaber- tura de 20%da capacidade de escritórios em geral, imobi- liárias, comércio de rua, sho- ppings e concessionárias por quatro horas diárias. (DL)

RkJQdWJsaXNoZXIy NTg0OTkw