8 de agosto de 2020

A8 diariodolitoral.com.br SÁBADO, 8 DE AGOSTO DE 2020 A O Brasil deve atingir a triste marca de 100 mil mortes pelo novo coronavírus neste sábado. De acordo comanalistas, uma sucessão de erros do governo federal, dos estados e dos muni- cípios fez comque o País fosse o segundo colocado emvítimas fatais do mundo, atrás apenas dos EUA, e com números bem maiores a países como Argentina, México e Reino Unido. Fo- ram99.702 perdas no Brasil até esta sexta-feira (7). Só na Baixa- da Santista, são 1.520mortes nas nove cidades. SegundoDomingos Alves, professor da Faculdade deMedi- cina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, boa partedoqueoPaísvivehojeestá ligadoaonegacionismodopre- sidente Jair Bolsonaro (sem partido), que emmarço disse, por exemplo, que a pandemia não passava de um “resfriadinho” e que o coronavírus não causariamais de 800mortes pelo País. “Uma dasmaiores falhas do governo federal é nunca ter to- madoparasioproblema”, a irmouAlvesementrevistaà Gazeta . Oprofessor tambémaponta a falta de envio de recursos su- icientes pelo governo federal para os estados e municípios se manterem durante a crise, além da insistência em se investir na cloroquina enquanto faltam recursos para itens essenciais. “Hoje existemquase 10milhões de testes parados no governo federal que não foramdistribuídos para os estados por falta de insumos, como cotonetes e reagentes”. OmédicoDrauzioVarellatambémcriticouadefesaconstan- te da reabertura da economia. “Você não vai encontrar umepi- demiologista digno desse nome que te diga que está na hora de abrir. Não vai pegar umpaís que está tendo mil mortes por dia e achar que está tudo bem, que as pessoas podem ir para a rua”. OSERROSDEDORIA. O professor Domingos Alves tambémé crítico da atuação do governador João Doria (PSDB) durante crise sanitária do novo coronavírus. Alves explica que o grande erro do governador é “fazer uma propaganda” de que existe algumcontroledapande- mia no Estado “Essa é uma ver- dadeira enganação da população”, disse. Para ele, oPlanoSãoPaulo, que entrouemvigor em1º de ju- nho como um plano de retomada heterogênea das atividades econômicas e sociais no Estado, não pode ser chamada de qua- rentena. “Não existe nos anais da ciência e da medicina uma quarentena heterogênea. Ou é quarentena ou não é”. Ele tam- béma irma que oplatô, quandohá uma estabilidade dos casos emortes, nunca aconteceu no São Paulo. De acordo como professor da USP de Ribeirão Preto, coma formacomoasgestões federal eestadual estãogerindoacrise, a situaçãotendeacontinuarpiorandonospróximosmeses. “Com a chegada aos 100milmortos, a pergunta que temque ser feita agora é: quando chegaremos aos 200mil? Seguindo o que tem acontecidonoBrasil, é uma questãode tempo”. (BrunoHoffmann) TRISTEBRASIL. Emmenos de5meses oPaís perdeumães, pais, irmãos, amigos, vizinhos, avôs eavós paraaCovid-19; até esta sexta- feira (7), eram99.702 falecimentos pelapatologia; apenas aqui na BaixadaSantista,mais demil famílias caiçaras perderamparentes PEDRO LADEIRA/FOLHAPRESS MAURO BORGES/FUTURAPRESS/FOLHAPRESS MAURO BORGES/FUTURAPRESS/FOLHAPRESS MAURO BORGES/FUTURAPRESS/FOLHAPRESS Vamos tocar a vida Ficou estacionado na fase da negação Estamos ingressando no platô O pior já passou *Bolsonaro, na última quinta, ao dizer que lamenta as mortes *Mandetta, ex-ministro da Saúde ao comparar Bolsonaro com paciente que recebe diagnóstico di cil *Doria, em10 de julho; SP está há 72 dias commais de 200 casos diários *Covas, em 8 de julho, ao dizer que, apesar da pandemia continuar,o pior momento havia passado Ao chegar às 100mil mortes Sobre Bolsonaro dias com 200 mortes diárias Sobre a Capital Ogrande erro do governador é ‘fazer uma propaganda’ de que existe algum controle da pandemia, “isso é uma verdadeira enganação”, diz professor daUSP EVOLUÇÃO DE ÓBITOS DA COVID-19 1ª Morte 10 mil mortes 20 mil mortes 50 mil mortes 70 mil mortes 90 mil mortes 99,7 mil mortes . famílias A dor de 12 mar 9 mai 21 mai 20 jun 10 jul 29 jul Nesta sexta-feira (7) Brasil

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