28 de fevereiro de 2021

A4 diariodolitoral.com.br DOMINGO, 28 DE FEVEREIRO DE 2021 Cidades A “Somos os únicos compo- der su iciente para nos des- truir”. Após viver a di ícil ex- periência de uma depressão severa, culminando comuma tentativa de suicídio, o jovem escritorMarcosMartinzdesco- briu sua inspiração para colo- car em palavras os sentimen- tos mais con litantes. Aos 16 anos, lançou o livro Até que a Morte nos Ampare, e relança a obra quatro anos depois, no próximo dia 9 de março, em eventoonlinedaeditoraCiran- da Cultural. O livro apresenta o jovem Marcos, que todas as noites é levado para um passeio ao mundo dos mortos pela pró- pria Dona Morte. Durante as visitas, ele conhece a história de algumas pessoas que estão estagnadasemumportal, bus- cando a redenção. Uma delas é Rosinha, que morreu no dia de seu casamento, aos 17 anos. Comritmoleve,mesclando mistério, suspense, fantasia e umassuntoaindaconsiderado tabu atualmente, a depressão e o suicídio entre os jovens, a obra de Marcos Martinz ga- nhou grande repercussão na mídia especializada, além de se transformar emumprojeto educacional emescolasdoEn- sino Fundamental de Monga- guá, e estar em bibliotecas da rede de ensino de Praia Gran- de, ambas cidadesdo litoral de São Paulo. “Tive uma rede de apoio Experiência de vida levou o jovem Marcos Martinz, que mora em Praia Grande, a escrever ‘Até que a Morte nos Ampare’ ARQUIVO PESSOAL Jovemsupera depressão e cria livro LITERATURA. Até que aMorte nos Ampare, deMarcosMartinz, ganha roupagempela editora Ciranda Cultural e será relançado emmarço muito importante para supe- rar a depressão, mas sei que muitos jovens nãopossuemo apoio necessário. O tema é as- sustador para a família emui- tas vezes, o diálogo se perde. O livro coloca o assunto para re lexãoediscussãodadepres- sãodeumamaneirabemleve, e chegar atéo jovemnaescola, bate papo gera uma identi i- cação muito bacana do leitor com a trama”, conta Marcos, que pretende continuar a par- ceria com Rosinha após o re- lançamento da obra. Com um novo contrato, agora pela editora Ciranda Cultural, Até que a Morte nos Ampare ganha um tom renovado, com cenas inédi- tas e uma história repagi- nada. “É como uma versão estendida do livro, com no- vos personagens e capítulos, que prometem gerar ainda mais suspense na história”, a irma o escritor. A mudança para uma edi- tora referênciana literatura in- fanto-juvenil representa um grande passo na carreira de Marcos. A obra estará no pro- jetoCirandanaEscola, que im- planta seus livros emdiversas escolas do país. “Vamos con- tinuar abordando esse tema tão importante, queprecisade muitadiscussão, chegandoaté mais e mais jovens que se en- contramna história”. Até que a Morte nos Am- pare será relançado dia 9 de março em evento online nas plataformas da editora Ciran- da Cultural. No dia 12, o lan- çamento acontece de forma presencial na Livraria Ponto Literário, emAlphaville. E para acompanhar o trabalho e o projeto, acesse o Instagram @eumarcos- martinz. (DL) conversandoedebatendodire- tamente por meio do projeto, temsidoumreconhecimento incrível domeutrabalho”, con- ta o autor. Organização social - O tra- balho nas escolas faz parte de um grande projeto, a Marcos MartinzCriações, umaorgani- zação que trabalha comações variadas voltadas ao resgate psicossociocultural de jovens e adultos. Criado a partir do impactodo lançamentodeAté que a morte nos Ampare, o projeto inclui a aquisição da obra em escolas municipais e estaduais, como instrumento pedagógicoparaprofessores e coordenadores, em assuntos relacionados à depressão en- tre os adolescentes, além de visitas às escolas, palestras e eventos. Durante essas visitas, Mar- cos, que tambémé ator, leva a personagem Rosinha em car- ne e osso, representada pela amiga Isabela Pedrão. “Ter a personagem ali presente no Repórter da Terra Por Nilson Regalado - Colaborador editor@gazetasp.com.br Mentalmind P ara produzir safras maiores a cada ano o agro brasileiro tem recorrido cada vez mais a pesticidas, fungicidas e herbicidas. Esses venenos são apli- cados diretamente nas plantas e nos frutos para controlar insetos, doenças e mato. Em 2020, os fazendeiros despejaram 1 milhão e 52 mil toneladas de agrotóxicos nas lavouras e pastagens. Esse volume faz do Brasil o maior consumidor de agroquímicos do mundo. As plantações de soja geneticamente modi- icada receberam 48% de toda carga de defensi- vos agrícolas. Omilho geneticamente modi ica- do ocupa o segundo lugar no ranking, com 13%. Hortaliças e frutas (4%), pastagens e cafezais (ambos com 3%), feijão, citros, trigo e arroz (com 2% cada) vêm na sequência. Os campeões no consumo de venenos agrícolas são Mato Grosso e Rondônia. Depois, vêm São Paulo e Minas Gerais, que utilizaram 19% de todo agrotóxico aplicado nas lavouras brasileiras. Os dados são da Spark Consultoria Estratégica. Omercado brasileiro de defensivos movi- mentou quase R$ 102 bilhões em 2020. Isso representou crescimento de 8,8% em relação a 2019. Para 2021, a expectativa é de expansão de 10%. Os dados são do Empresômetro, platafor- ma de informações estratégicas. Mercado de orgânicos cresce... Na contramão do agronegócio exportador de soja e milho, o setor de alimentos orgânicos produz para o mercado interno e cresceu 30% em 2020, ano em que as pessoas passarammais tempo em casa e puderam de inir o cardápio. O RECORDE Brasil despejou 1 milhão de toneladas de agrotóxicos nas lavouras em2020 faturamento foi de R$ 5,8 bilhões. ...mas, ainda é incipiente A boa notícia é que o mercado de orgânicos venceu a barreira das metrópoles e se expande até em cidades pequenas. Mais: o número de sí- tios e fazendas que passaram a produzir alimen- tos livres de venenos agrícolas cresceu 5,4% na comparação com 2019. Os dados são Associação de Promoção dos Orgânicos. ‘Arqueologia’ descobre... Plantado desde o século 18 e homenageado até na bandeira do Estado, o café volta a lorescer em Santa Catarina, após o extermínio das la- vouras na década de 1960 para reduzir estoques mundiais da bebida. ...café plantado à beira-mar... Estudo “arqueológico” feito pelos institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina e do Sul de Minas Gerais acaba de localizar cafezais em pequenos sítios de 15 cidades à beira-mar, no Litoral Catarinense. ...de excelente qualidade Sob in luência da brisa marítima, os cafezais da variedade arábica crescem à sombra de palmeiras juçara, bananeiras e árvores da Mata Atlântica. E esse microclima confere identidade própria que enquadra o café ‘barriga-verde’ na categoria ‘especial excelente’ por suas qualida- des sensoriais, commais açúcares e equilíbrio de outros elementos. “Quando o mar ca agitado demais/E aquele barulho que a onda faz/É o mar chorando, implorando, pedindo pra banhar Minas Gerais… Só eu sei, mar, o quanto é triste car longe de Minas Gerais”, * César Menotti e Fabiano, músicos, in “Minas não temmar”. Filoso a do campo:

RkJQdWJsaXNoZXIy NTg0OTkw