16 de janeiro de 2022

diariodolitoral.com.br DOMINGO, 16 DE JANEIRO DE 2022 A8 T ransformar os rejeitos sólidos urbanos em fonte de energia elétrica. Essa é a proposta da Unidade de Recuperação Energética - URE VALORIZA SANTOS, empre- endimento da empresa Valoriza Energia, que foi planejado em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), para a destinação final dos resíduos de 7 das 9 cidades da Baixada Santista, um mon- tante considerável que equivale a 2 mil toneladas/dia. Levando em conta toda tec- nologia que será empregada na planta, não é possível aceitar que o empreendimento seja considerado um incinerador de lixo, uma vez que a incineração tem como função apenas a eli- minação do lixo – reciclável e não reciclável, sem nenhuma forma de tratamento específico. O projeto da URE é arrojado, prevê a recuperação energética do rejeito, gerando um produ- to com valor agregado, num processo que tem controle am- biental rigoroso e absoluto dos gases e odores, impedindo con- taminação da atmosfera e pro- liferação de pássaros e animais vetores. É a termovalorização de um material que seria aterra- do, sem nenhum valor. Durante o processo de tra- tamento dos resíduos sólidos urbanos e transformação em Combustível Derivado do Resí- duo (CDR), há a segregação au- tomatizada de materiais ferro- sos e não ferrosos e vidros que, posteriormente, são destinados a reciclagem.A URE contará, ainda, com equipamentos de detecção de material radioativo instalados antes do início do processo. TRATAMENTO DE GASES. Os investimentos da Valoriza Energia vão além da geração de energia, pois é preciso um con- trole criterioso dos gases para não comprometer a atmosfera, uma vez que o tratamento tér- mico do Resíduo Sólido Urbano (RSU) contém substâncias que não podem ser liberadas direta- mente no Meio Ambiente. Ciente da sua responsabili- dade, a Valoriza vai encaminhar todos os gases gerados na quei- ma do combustível na caldeira para um sistema de tratamento de gases com tecnologia alemã, capaz de proporcionar soluções ecologicamente sustentáveis para a captação de particula- dos e limpeza dos gases poluen- tes, as mesmas empregadas nas plantas térmicas europeias. Unidadede RecuperaçãoEnergética (URE)nãoé incinerador. Issoédesinformação DIVULGAÇÃO Natureza: con ra dicas para realizar turismo seguro ALERTA. Acidente como o de Capitólio mostra a necessidade de tomar cuidados na hora que explorar locais turísticos naturais MARCELLO CASALJR./AGÊNCIABRASIL A lista de bons motivos para procurar um ambiente com bastantenaturezapor alguns diasde folgaé in inita. Porém, é também extensa a quanti- dadedecuidadosnecessários ao se aventurar no turismo de imersão em ambientes mais rústicos. “A natureza não é play- ground”, alerta o agentede tu- rismo Diego Lopes de Abreu, especialista em trilhas pelo Ceará. Acidentes como o de- sabamento de pedras emum cânion no lago de Furnas, em Capitólio (MG), sinaliza uma série de alertas necessários para que o sonho de uma co- nexão com a natureza não se torne uma trágica história. “Antes de mais nada, deve ser de responsabilidade dos governantes locais ou da enti- dadeprivadaresponsável [caso haja concessão], monitorar o risco para atividade turística constantemente, e não trans- ferir toda a responsabilidade para os guias ou o turista em si”, reforça a bióloga e paleon- tóloga Aline Marcele Ghilardi, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). De toda forma, é essen- cial que o visitante conheça os meios para minimizar as possibilidadesdeumacidente, bemcomoparaquenãopreju- diqueadinâmicada faunaeda lorado local onde for passear. Experienteemroteirospor trilhas e viagens mais desa ia- doras, oprofessor cearenseFa- brício Leomar Lima chegou a ser conhecidocomo “listinha” pelas listas que fazia antes de iniciar “uma trip” para não se esquecer de nada. Entre os itens essenciais que leva emqualquer emprei- tadaestãoumkitdeprimeiros socorros,medicamentos, uma lanterna, canivete, uma corda de cincometros e isqueiro. Além disso, com a expe- riência de quem se aventura desde 2004, o professor refor- ça ser preciso “pesquisar as condições climáticas e anali- sar dia a dia para ver se émais seguro fazer alterações”. A preocupação de Leomar está alinhada com as orienta- çõesdogeólogoTitoAureliano Neto, doutorando pesquisa- dor na Unicamp. “Se o turista perceber um tempo chuvoso há muitos dias, deve-se evitar trilhar por rios, encostas, ro- chedos, e cachoeiras”, orienta Neto, que também é paleon- tólogo. O período chuvoso costu- ma ser o favorito para quem busca encontrar cachoei- ras com um grande volume d’água,poisproporcionamum espetáculonatural.Masé tam- bém a época de mais atenção para turistas e guias, pois as consequênciasdasnuvenscar- regadas no céupodemimpac- taratémesmoquandoachuva não cai diretamente no local a ser visitado. “Basta chover forte em al- guma região acima ou àmon- tante do rio para, inesperada- mente, umgrande volume de água atingir a cachoeira. Isso pode arrastar turistas e tam- bémtrazer uma grande quan- tidade de detritos como tron- cos, galhos, rochas etc., que podem feri-los ao serem arre- messados das quedas d’água”, orienta a professora Aline. Agente de viagens emora- dorhá 12anosdaChapadaDia- mantina (BA), famosapor suas exuberantes cachoeiras, Mar- celo Cabral reforça as orienta- ções dadas por Aline. “Existem riscos que são inerentes a qualquer fator hu- mano. Pelo próprio processo de erosão, qualquer pedra na Chapada Diamantina ou em qualquer chapada dessa pode vir adesabar semavisoprévio. Por isso, seguirguiasexperien- tes e que conheçambema re- gião é fundamental”, reforça. Com a experiência de cur- sos de sobrevivência na selva antes de se tornar guia pelas trilhas cearenses, Diego reco- menda trabalho emequipe. “Alémde guia, é importan- te ter um socorrista no grupo eumapessoanosuporte, posi- cionando alguémmais a cima que pode entrar em contato via rádio para avisar alguma eventualidade.” A conduta, porém, não é só do guia, ela precisa ser co- letiva. E isso inclui consciên- cia ambiental. “Quem é guia sempre precisa fazer um tra- balhode conscientizaçãopara queas turmasnãoconsumam bebidas alcoólicas, cigarro e entorpecentes. Até conversas paralelas muito altas podem prejudicaroandamentoda tri- lha”, comenta Cabral. Optar por ouvir a música favoritaenquantoapreciaana- tureza pode, inclusive, preju- dicar a contemplação. “Quan- do turistas buscampasseiona natureza, é de se esperar que queiramver aves, peixes e ou- tros animais selvagens. Mas acabam afastando tudo com todoo ruído,muitas vezespor falta de informação”, relata o geólogo Tito. Mesmo que você seja do tipodeviajantemaisconscien- teeestejaembuscadeumaco- nexão total coma terra emui- to pé no chão, também não escapadaobrigação icar aten- toaosequipamentos ideaisan- tes de sair por aí desbravan- do solos desconhecidos. E isso inclui, principalmente, o que você está pisando. “Tênis de corrida, por exemplo, costumam ter um solado mais liso, completa- mente oposto do que se reco- menda para terrenos aciden- tados”, alerta o guia cearense Diego. Umsimples escorregão pode causaruma torçãocapaz de gerar um resgate até mes- mo commaca improvisada. Equipamento adequado: check! Caixinha de som des- ligada: check! Atenção às con- diçõesclimáticas: check!Sófal- ta a coragempara desbravar o desconhecido. Mas, atenção: tão impor- tante quanto bravura é a cau- tela. Ser omais valente da tur- ma nem sempre é vantagem quando se trata de turismo de aventura. “Ao turista, sealgo lhepare- cearriscado, provavelmenteé”, comenta a pesquisadora Ali- neGhilardi. “Omedo adiciona prudência e a prudência tam- bémajuda a evitar acidentes.” A conduta é reforçada pela experiência do professor Leo- mar. “Você não precisa fazer algo só porque outra pessoa fez e o desa iou.” Portanto, antes de pisar qualquer área ambiental e as- sim conseguir uma experiên- cia com o máximo de segu- rançapossível, vale lembrardo lema do viajante: respeitar os espaços da natureza que está adentrando e respeitar os pró- prios limites. (FP) APOIO: É essencial que o visitante conheça os meios para minimizar as possibilidades de um acidente

RkJQdWJsaXNoZXIy NTg0OTkw