17 de janeiro de 2022

A8 diariodolitoral.com.br Segunda-feira, 17 DE janeiro DE 2022 AA Os cinemas brasileiros fe- charam o caixa do ano em clima de esperança. Embora cerca de 8%das salas tenham fechado as portas, a quanti- dade de ingressos vendidos cresceu 32% em relação ao ano anterior segundo o Fil- me B, site que apura as cifras do setor. É verdade que a quantida- de de espectadores registrada em 2021 é 121% inferior à de 2019, ano que os analistas de mercado têm como referên- cia para avaliar os prejuízos causados pela pandemia de Covid-19. É verdade, ainda, que a alta se deve ao sucesso de “Ho- memAranha: SemVolta para Casa”. Quartamaior bilheteria da história do país e concen- trando 22,5%do público total dos cinemas brasileiros em 2021, semele esse crescimen- to não teria passado dos 2,5%. No entanto, entre um pe- ríodomarcado por umabre e fecha tão intenso dos estabe- lecimentos comerciais, o oti- mismo do setor vemdas aná- lises mensais. Emnovembro, quando o Aranha ainda não tinha chegado às telas, os ci- nemas já tinham recuperado cerca de 75%do público regis- tradonomesmomês de 2019. As cifras mensais ainda sãomotivo de comemoração quando comparadas com as do primeiro ano pandêmico. Em relação a novembro de 2020, quando boa parte das salas já tinhamsido reabertas, a alta é de 354%. Há aindame- ses em que qualquer compa- ração soaria irrisória, caso de abril, em que 1.509 ingressos foram vendidos. A história é diferente para os cinemas de rua, alguns dos quais foram enterrados pelo coronavírus. É o caso do Cine Roxy, o último de Copacaba- na, no Rio de Janeiro, que des- ligou os projetores para sem- pre 83 anos depois de ter sido inaugurado, e do Espaço Itaú, que encerrou as atividades em Salvador, Curitiba e Por- to Alegre. Entre os que resistiram à crise, no entanto, o otimis- mo prevalece. O Petra Belas Artes, um dos mais tradicio- nais de São Paulo, demitiu Ainda impulsionada por “Homem-Aranha”, a quantidade de espectadores na 1ª semana de janeiro ultrapassou a de dezembro inteiro DIVULGAÇÃO ‘Homem-Aranha’ salvou cinemas do Brasil e teve 22,5% do público ESPERANÇA. Embora cerca de 8%das salas tenham fechado as portas, a quantidade de ingressos vendidos cresceu 32% em 2021 gem de Gru”. Evidente nos próprios tí- tulos, o que há em comum entre as grandes promessas do ano é a nostalgia. Lucrati- vo, é o sentimento que salvou os cinemas durante a pande- mia. Entre os dez lançamen- tos mais bem-sucedidos do ano passado, que respondem por 65% da bilheteria, só três não são continuações ou de- rivados de histórias já conhe- cidas e queridas pelo público. São, porém, apostas domaior estúdio de Hollywood, a Dis- ney. É um cenário árido para as produções nacionais, que, além de enfrentar os percal- çosdapandemia, perdeu figu- ras importantes, como Paulo Gustavo, que arrastava mul- tidões às salas com “Minha Mãe É uma Peça”. O setor ain- da amarga a falta de apoio da AgênciaNacional do Cinema, que, paralisada pelo governo Bolsonaro, não distribui aos produtores os recursos pagos por empresas para fazer girar a roda do cinema. Dessa forma, embora “Ma- righella” e “Turma daMônica - Lições” tenham reativado o cinema nacional, as obras produzidas no Brasil respon- dem por apenas 1,4% dos in- gressos vendidos no ano, numa queda de 92% em rela- ção a 2020 e de 88% em rela- ção a 2019. O cinema nacional ainda viu boa parte de seus títulos migrarem para as platafor- mas de streaming, que nes- te e no próximo ano ainda devem receber uma série de adaptações de livros brasilei- ros, sobretudo os que são vol- tados para o público juvenil e os que narram crimes reais. Ocenário, no entanto, ain- da émarcadopor incertezas – mesmo emHollywood. ADis- ney, por exemplo, passou na pandemia a lançar todos os seus filmes no streaming no mesmo dia em que nos cine- mas. AWarner adotou ames- ma estratégia, mas este ano vai abandonar a ideia, uma prova que, neste laboratório de experimentações, o curso das águas –e das cifras– pode mudar a qualquer momen- to. (FP) AA A trilha sonora de “Encanto”, animação da Disney ambienta- da na Colômbia e vencedora do Globo de Ouro de melhor ani- mação, conseguiu ultrapassar Adele e chegou ao topo do Top 200 da Billboard. Com músicas de Lin-Ma- nuel Miranda, o responsável pe- las canções de “Moana” (2016) e “Hamilton” (2015), a trilha sono- ra da animação tirou a Disney de um hiato de dois anos desde que “Frozen 2” (2019) alcançou o topo do ranking. Assim, “30”, o álbumde Ade- le, lançado em novembro de 2021, perdeu o primeiro lugar da lista após liderar por seis se- manas. “We Don’t Talk About Bruno” e “Surface Pressure” são as músicas de destaque de “En- canto”, segundo os dados da Bil- lboard. A obra se tornou a sexta tri- lha sonora de um filme de ani- ‘Encanto’, animação da Disney, bate Adele e lidera o Top 200 da Billboard Encanto conta a história da família Madrigal, que vive numa casa mágica na Colômbia na charmosa cidade que dá nome ao longa D mação a chegar ao primeiro lugar desde que a Billboard co- meçou a publicar os dados re- gularmente. Antes, “O Rei Leão” (1994), “Pocahontas” (1995), “George, o Curioso” (2006),”Fro- zen” (2014) e “Frozen 2” ocupa- ram o posto. “Encanto”, que chegounodia 24 de novembro aos cinemas brasileiros, conta a história da família Madrigal, que vive nas montanhas da Colômbia em uma casa mágica, na charmosa cidade que dá nome ao longa. A magia deu a cada Madri- gal um dom, exceto a Mirabel (voz de Stephanie Beatriz, de “Brooklyn Nine-Nine”). Embora ela tente dar o melhor de si em não se sentir excluída, às vezes acredita que ser diferente não é tão bom assim - até que desco- bre que a magia está em perigo e assume a missão de salvar a família. (FP) Cultura AA Cenas de um filme caseiro revelaram imagens jamais vis- tas da banda The Rolling Stones e de outros nomes importantes damúsica dos anos 1960, como Carlos Santana e Jefferson Air- plane, durante o festival de Al- tamont,. Realizadona Califórnia, o fil- me gravado em fitas de 8 mm foi publicado pelo site da Bi- blioteca do Congresso america- no no dia 4 de janeiro, mas não possui áudio. Durante os 26 minutos de imagens, é possível ver a apre- sentação principal da banda de Mick Jagger a partir dos basti- dores do palco. Também surge diante da câmera a carismática cantora Grace Slick, à frente do grupo Jefferson Airplane, um dos principais nomes do rock psicodélico à época. Chama a atenção a agitada performance de Carlos Santa- na e também da banda Crosby, Filme perdido com Stones é descoberto Stills, Nash&Young, que sobem ao palco na hora do pôr do sol. O espírito hippie, no entan- to, perde espaço no filme à me- didaqueosHellsAngels tomam a cena. Contratada para promo- ver a segurança, a gangue de motociclistas passa a atacar tan- to o público quanto os artistas do festival. Durante a apresentação dos Stones, o jovem negro Mere- dithHunter, que carregava uma arma, foi esfaqueado e morto na frente do público por um membro dos Hells Angels, Alan Passaro. Embora traga mais re- gistros, o filme não acrescenta novas informações sobreo caso. A história do festival de Al- tamont já havia ganhado outra versão cinematográfica, odocu- mentário “Gimme Shelter”, de​ Albert Maysles, David Maysles e Charlotte Zwerin, e é conside- rado símbolo da decadência da contracultura nos EUA. (FP) todos os funcionários no iní- cio do ano passado, o período mais letal da pandemia, mas está de volta. Embora a quan- tidade de ingressos vendidos lá seja 88%menor do que em 2019, em novembro as salas recuperaram 43% do público usual e 70% dos colaborado- res foram recontratados. Ainda é cedo para prever a intensidade com a qual a variante ômicron vai atingir o setor, mas, diferentemen- te dos shows, cancelados em massa, os cinemas seguem otimistas. Ainda impulsiona- dapor “Homem-Aranha”,mas já com o reforço de “Sing 2” e “Turma daMônica - Lições”, a quantidade de espectadores registrada na primeira sema- na de janeiro já ultrapassa a do mês todo do ano passado. Por enquanto, sóumgran- de lançamento foi adiado –”Morbius”, filme do vampi- ro anti-herói daMarvel inter- pretado por Jared Leto, que estava previsto para 21 de ja- neiro e saltou para 31 demar- ço. Dessa forma, o primeiro semestre continua recheado de títulos fortes. Até o fim de janeiro, che- gam às telas “Pânico - O Úl- timo Grito”, “Eduardo e Mô- nica”, inspirado na canção do Legião Urbana, e “Spencer”, cotado para a temporada de premiações, em que Kristen Stewart interpreta Lady Di. Em abril, é a vez de um derivado de “Harry Potter”, “Animais Fantásticos - Os Se- gredos de Dumbledore”. Já em maio, é a de um arrasa- -quarteirão da Marvel, “Dou- tor Estranho no Multiverso da Loucura”. Em junho, por fim, “Jurassic World - Domí- nio” estreia acompanhado de duas animações de peso –”Lightyear”, sobre o famoso patrulheiro espacial de “Toy Story”, e “Minions 2 - A Ori-

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