28 de novembro de 2021

maissantos.com.br 39 Luis Wolf salientou que ESG seria a autorregulação do sistema capitalista, para que ele se torne mais sustentável. Não tem nada a ver, de forma direta e objetiva, com política de governo ou de Estado: ESG é a pressão do capitalismo por ummundo novo. Neste contexto, os CEOs entenderam o recado de Fink e estão atentos em fazer uma ges- tão mais sustentável, que não gere impacto no planeta e nas pessoas. “O futuro não é mais como era an- tigamente”, citou Luis, se referindo à música da banda Legião Urbana. E não é mesmo. Na esteira do pós- -pandemia, há uma nova ordem se desenvolvendo aos nossos olhos, com a agenda verde dominando. Especificamente no que tange ao setor de saúde, Wolf ressaltou que é fundamental considerar a prote- ção de dados. Bom mecanismo de segurança cibernética é uma das vertentes que evitam prejuízos fi- nanceiros, de reputação e imagem. “Empresas ESG entregam melhor resultado aos acionistas, os colabo- radores trabalhammais estimulados e os consumidores se sentem mais confortáveis para engajamento com seus produtos”, destacou. Segundo Sheila Mittelstaedt, as empresas de saúde têm a ESG no radar há mais tempo, desde 2004, quando os pilares social, ambiental e de governança passaram a estar atrelados aos resultados financei- ros: bancos e corretoras começaram a avaliar investimentos em empre- sas que tivessem maior definição e sustentação nas áreas ESG. Mittelstaedt informou que ser- viços de saúde, como laboratórios, hospitais e clínicas, geram mais de três mil toneladas de resíduos infec- tantes. A maioria desse montante é direcionado a lixões e não para aterros sanitários, podendo gerar consequências à saúde da socie- dade. Tais resíduos dos serviços de saúde contaminam as águas, como rios e lagoas, e trazem consequên- cias ambientais e sociais. No pilar social, a especialista destacou que as empresas estão atentas às questões de inclusão, diversidade e representatividade no seu quadro de colaboradores, assim como seu bem-estar no ambiente de trabalho, especialmente durante a pandemia: como os colaboradores são acolhidos, treinados e apoiados. Na área de governança, para além da governança corporativa, como seguranças de dados, há a atenção à governança clínica, ou seja, uma nova camada assistencial alinhada à governança maior da instituição – como o paciente é cuidado e como ele recebe alta, evitando que ele retorne ao sistema de saúde com complicações ou efeitos adversos. As inovações – como telehealth ou telemedicina – precisam andar em compasso com a segurança de dados e segurança cibernética, caso con- trário, não atendem à agenda ESG. Mittelstaedt ressaltou que o tema ESG é cada vez mais presen- te na esfera da gestão executiva: nas conversas de planejamento es- tratégico das empresas de saúde, no manejo seguro dos contratos e dos pacientes atendidos dentro dos ambientes hospitalares e ambula- toriais. “Who cares, win”, citou a especia- lista. Quem cuida, ganha. Se os três temas ESG – governança, respon- sabilidade social e ambiental – não forem cuidados dentro das corpora- ções, algo está sendo feito de errado e não terá a sustentabilidade que o negócio precisa para a longevidade esperada por qualquer empresário. Gilberto Ururahy é médico há 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. É diretor da MedRio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom es- tressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” (Editora Rocco) e “Emoções e saúde” (Editora Rocco). Gilberto Ururahy é médico há 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a MedRio Check-up, líder brasi- leira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom estressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” e “Emoções e saúde” (Editora Rocco).

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