11 a 13 de outubro de 2021

A3 diariodolitoral.com.br SEGUNDA-FEIRA, 11 A QUARTA-FEIRA, 13 DE outubro DE 2021 Cidades AA Não há mais argumentos empresariais e políticos para que a população da Baixada Santista não tenha o direito a banheiros nas estações do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) de Santos e São Vicente. ACompanhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou à Reporta- gemqueos ramaisparaas liga- ções de água e esgoto são per- feitamente acessíveis. Portanto, a BR Mobilidade e as prefeituras de ambas as cidades podem perfeitamen- te se unir e decidir pela im- plantação dos sanitários para que, finalmente, funcionários Sabesp: banheiros são viáveis no VLT ACESSÍVEL. Estatal aguarda só o projeto para viabilizar os sanitários nas estações ABRMobilidade e as prefeituras podemse unir e decidir implantação NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL e usuários – incluindo defi- cientes físicos – tenham um direito previsto por lei. “A Sabesp esclarece que, após apresentaçãodeumpro- jeto pela empresa que admi- nistraoVLT, vai iniciarasanáli- sesediscussões técnicasparaa viabilidade das demandas ne- cessárias”, informa a empresa por suaAssessoria, explicando queoprocedimentoébemco- mumesemelhanteaqualquer empreendimento particular quepretende iniciar obrasnas cidades. A Sabesp completa que, ao ser acionada, manda as di- retrizes para que a empresa responsável pela obra provi- dencie as adequações, como ocorre na construção de con- domínios com vários blocos, cujo projeto é analisado e, se for necessário, para que as re- des de água ou coleta de esgo- to sejam reforçadas. AFAVOR. Procurada, a Prefeitura de São Vicente informa que não se opõe à construção dos sanitá- rios nas estações do VLT, uma vez que é de competência da concessionária realizar acons- trução e a manutenção dos sanitários. No que se refere às questões jurídicas, a Prefeitu- ranãosemanifestou, poisnão compõe o polo passivo da de- manda judicial. Vale lembrar que a ques- tão está sendo levantada no- vamente pelo Diário porque, apesar de jáestar decidido, em segunda instância, que as es- tações do VLT terão que ofe- recer banheiros, a Prefeitura de Santos prefere aguardar a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para, só de- pois, possivelmente, exigir da BRMobilidade o cumprimen- todadecisão judicial proferida peloTribunal Regional doTra- balho (TRT) - 2ª Região. A segunda fase do VLT em Santos jáseencontraemobras e a BR Mobilidade já revelou que irá recorrer da sentença - porém, o TST não possui his- tórico de mudar decisões de outras instânciasdo Judiciário. Vereadores evereadorasde SantosedeputadosdaBaixada Santista acreditam que é pre- ciso começar a instalação dos banheiros antes da decisão fi- nal porque eles já deveriam já estar previstosnosprojetosde implantação domodal. MPT. Conforme publicado com ex- clusividade no último dia 2 peloDiário, oMinistérioPúbli- codoTrabalho (MPT) venceua açãomovida em 15 de dezem- brode2017.Oacórdãoocorreu em7demaioúltimo. ABRMo- bilidade, responsável pelomo- dal, ainda terá que pagar R$ 50 milde indenizaçãopelaprática de danomoral coletivo. A ação é resultado do tra- balho do procurador Rodrigo Lestrade Pedroso, da Procu- radoria Regional do Trabalho 2ª Região, que incluiu a fal- ta de banheiros no inquérito 625/2017edepoisprocessoso- bre irregularidades trabalhis- tas envolvendo o equipamen- toadministradopelaEmpresa Metropolitana de Transporte Urbano (EMTU) e a BRMobili- dade. A ação agora é conduzi- da por outro procurador José Pedro dos Reis. Afaltadesanitáriosaos tra- balhadores fereaNormaRegu- lamentadora24, doMinistério doTrabalhoeEmprego. Lestra- de informouque “seexiste tra- balhadoresprestandoserviços de forma continua nas esta- ções, a NR-24 exige banheiros para atendê-los. Além, o prin- cípio da dignidade da pessoa humana, previsto na Consti- tuição, impõe que a empresa providenciesanitários”, afirma o profissional. Rodrigo Pedroso revelava que, nomínimo, deveria exis- tir uma alternativa, como ba- nheiros químicos, já que não se tomou o cuidado de, na construção das estações, pro- videnciar sanitários. “A Prefei- tura poderia ter exigido, mas preferiu pensar que as empre- sas é que deveriam tomar a iniciativa”, disse. (Carlos Ratton) Sabesp informa que os ramais para as ligações de água e esgoto são acessíveis e procedimento é bem comum como a qualquer empreendimento particular AA Após a Comissão Parla- mentar de Inquérito (CPI) das Cavas Subaquáticas, da Assembleia Legislativa do Es- tado de São Paulo, ter apro- vado na quarta-feira (6) pas- sada o plano de trabalho, o grupo deverá apresentar umnovo requerimento nes- ta segunda quarta-feira (13) de outubro. A primeira medida será ouvir representantes da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Ce- tesb) sobre os processos de licenciamento das cavas e os possíveis danos ambien- tais causados pelas obras, no canal de Piaçaguera, no CPI das Cavas apresentará requerimento nesta quarta aberta debaixo do estuário entre Santos e Cubatão, ou- vindo representantes do po- der público e especialistas da área. A comissão é presi- dida pelo deputado Barros Munhoz (PSB) e o vice-pre- sidente Ricardo Madalena (PL). Os outros parlamenta- res que compõem a comis- são são: Tenente Coimbra (PSL), Maurici (PT), Delega- do Olim (PP), Erica Malun- guinho (PSOL) e Professor Walter Vicioni (MDB). PLANO. De outubro a dezembro, o plano de trabalho irá deli- berar sobre requerimentos; ouvir órgãos do governo res- ponsáveis pela licença am- biental de cavas subaquáti- cas; ouvir representantes da Usiminas - detentora da li- cença ambiental; a empresa Porto de Santos. O requerimento emques- tão está marcado para ser apresentado a partir das 11h do dia 13 para convocar o diretor de Avaliação de Im- pacto Ambiental da Cetesb, Domenico Tremaroli, e o as- sistente executivo de Impac- to Ambiental da companhia, José Eduardo Bevilacqua. A expectativa é de que eles possam ser ouvidos nomes- mo dia. Caso contrário, será agendado uma outra data. Ao longode 120dias, nove parlamentares paulistas vão buscar não conformidades no processo de abertura e preenchimento da cratera A cava aberta entre as cidades de Santos e Cubatão foi escavada sob responsabilidade da Usiminas e da VLI Integrantes da CPI das cavas subaquáticas já têm data para voltar se reunir após o fim do feriado prolongado de outubro REPRODUÇÃO de logística VLI - Multimodal e pessoas envolvidas no caso. Especialistas também serão convidados para falar sobre o tema. O parecer final deve ser apresentado, discutido e votado antes do final do ano. Segundo o deputado Bar- ros Munhoz, o plano de tra- balho “não é imutável”. “Ele vai sendo aprimorado à me- dida que a CPI vai andan- do, surgem novos fatos, no- vas ideias e novas sugestões, mas o início é esse”, falou. “Depois ouviremos outras pessoas interessadas, as pes- soas que fizeram as denún- cias e lógico que tudo isso tem a participação dos de- putados”, falou. Ele afirmou que pretende fazer com que a CPI seja ágil. “É uma CPI que eu pretendo que seja célere, mas sem atropelar nada”, disse. (DL) AA “Psicologia e psicanálise grátis. Aqui na praia. Falar é o melhor remédio”. Esse é o banner que oferece um aten- dimentopsicológico, de forma gratuita, às pessoas que preci- sam de orientação sobre pro- blemas pessoais ou desabafar. A ideia é da psicóloga Rita de Cássia da Silva, de 54 anos, há 25 anos na área social e do psicanalistaPauloCésarCorrêa (74), há dois anos na psicaná- lise. Eles prestam um atendi- mentovoluntário, aosdomin- gos, das 10h às 13h, na orla da Boca da Barra, em Itanhaém. O atendimento começou no início de setembro, por ser o mês de setembro amarelo, querealizaacampanhadepre- venção ao suicídio. Segundo Corrêa, o projeto surgiu quando um grupo de psicanalistas publicou um ví- deo, em Santa Catarina, aten- dendoapopulaçãocomopro- jeto “Psicanálise na praça”, de forma gratuita. Psicóloga e psicanalista atendem ao público na Boca da Barra Oatendimento começou no iníciode setembro, por ser omês do SetembroAmarelo, que realiza a campanha de prevenção ao suicídio Nayara Martins/Diário do Litoral Corrêa, que tambémé pes- quisador, pensou que o pro- jeto poderia ser desenvolvido naorladapraia, emItanhaém, por ser um dos pontos mais procurados pelas pessoas. “Tem sido uma experiên- cia maravilhosa, pois temos conseguido atender pessoas de várias personalidades e saí- mos com a sensação de dever cumprido”, destaca. “Nossa ideia é a prevenção aosuicídio,mas tambémofer- tar o trabalho às pessoas que não têm condições de pagar. Alémde tiraroestigmadeque aprocuraporumpsicólogoou psicanalista é para loucos”. Na orla, segundo eles, a maioria do público é compos- ta por jovens, na faixa etária entre 20a40anos, eque estão com baixa autoestima ou em depressão e ansiedade. “Acredito que, nesse perío- do de pandemia, a situação se agravou, pois as pessoas es- tão desempregadas, não con- seguemse reunir comos ami- gos e entram em depressão”, frisa Rita. Carlos diz que muitas pes- soas não percebem que estão precisandode ajuda. Namaio- ria das vezes, elas não veem uma perspectiva de futuro e issoacaba levandoao suicídio. “Nós não indicamos ne- nhum caminho a ninguém, poisnãoachamoscorreto,mas tentamos mostrar que exis- te um outro lado a ser procu- rado”, diz Carlos. Conforme o caso, eles encaminhamaoser- viço de Saúde domunicípio. Rita de Cássia conta um exemplo de uma adolescen- te que tentou o suicídio ao se cortar pelo corpo. Ela foi enca- minhadaàUPAde Itanhaéme acabou recebendo 55 pontos. “Podemosobservar que, às vezes, a maior parte das pes- soas não quer acabar com a vida, mas quer acabar com a dor. Hoje, essa jovem está no abrigo, voltou a estudar e tem melhor perspectiva de vida”. A psicóloga explica: “nos- so papel é o de orientar sobre qual é a maneira que as pes- soas podem trabalhar para re- duzir o sofrimento, já que a vida é muita maior. Além de aprender a lidar com as dores que estemundo traz”. Ocasal atende aos jovens e crianças emoutros locais. Um deles é um abrigo que presta assistênciaacriançasemsitua- ção de vulnerabilidade e direi- tosviolados, pormeiodaONG AssociaçãoNortistaseNordes- tinos de Itanhaém (ANNI). O outroéumaclínicavoltadaaos dependentes químicos, coor- denada pela ONGVida Livre. Rita de Cássia e Paulo di- vulgam o trabalho por meio das ONGs e das redes sociais, no Instagram @paulo.cor- rea.9693001. Atendem ainda na clínica particular, localiza- danaavenidaRui Barbosa, nú- mero 1735, no Satélite, em Ita- nhaém. (NayaraMartins)

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